A Morte de Superman, Crítica

A Morte de Superman, Crítica

11 de julho de 2018 0 Por Mendes Jr

A DC Comics conseguiu algo nas animações da casa que não consegue alavancar nos filmes live-action, coesão e sucesso.

Os estúdios Warner tem uma antiga tradição no campo da animação em relação a rival Marvel que entrou no ramo somente nos anos 80 criando seu próprio departamento.

Curiosamente a Warner tinha foco nos Looney Tunes e seus derivados enquanto o universo DC era terceirizado por outras empresas como, Lou Schimmer que dominou o ramo e estourou com He-Man, Hanna-Barbera que foi incorporada a empresa posteriormente e nos anos 80 a finada Ruby Spears.

Foi durante a década de 90 quando Bruce Timm e Paul Dini revitalizaram o universo DC com Batman e Superman The Animated séries, ambos premiadíssimos, que a Warner veio a dominar a técnica e levar as histórias animadas com roteiros incríveis para o público mais adulto.

Ao longo das duas últimas décadas a empresa resolveu não só desenvolver séries animadas mas adaptar todos os grandes arcos de histórias da casa com suas características básicas, incluindo visuais. Assim foi com Batman A Piada Mortal, Cavaleiro das Trevas 1 e 2 e muitas outras.

A Morte de Superman já havia figurado entre as adaptações sob o comando de Bruce Timm que prometia uma aposentadoria nas produções da casa, mas bebeu muito pouco na fonte e terminou focando em um clone do Superman de comportamento autoritário.

O tempo passou e o departamento de animação da DC/Warner abraçou traçado mais puxado para as animações orientais e roteiros mais focados aos arcos das histórias impressas.
Essa fórmula foi iniciada na série Young Justice que de tamanho sucesso conseguiu ganhar uma terceira temporada no Netflix e no serviços de streaming da DC, o DC Universe e permaneceu por todas as obras subsequentes.

Não bastando, as animações do universo DC continuaram seu universo unificado criado dentro de Young Justice criando uma continuidade que perdura e sofre alterações como nas hqs  com influências de Flashpoint e New 52 em Guerra.

Isso é algo que traz alguns benefícios mas já apresenta um cansaço visual que pede uma renovação ou remodelagem.
Afinal já faz um tempo que os personagens utilizam esse traçado e poderiam decidir se parte de vez para o anime ou algo mais ocidental.

Mesmo com essas questões citadas a dupla Sam Liu, Jake Castorena resolveu utilizar essa linha temporal e adaptar uma nova versão da Morte de Superman mais próxima dos quadrinhos.

A base da saga original está toda ali, Apocalipse chega à Terra de maneira inesperada e trazendo um caminho de destruição completa até chegar a Metrópolis.
Na tentativa de parar a fera A Liga é derrotada e só cabe ao Homem de Aço segurar o monstro que pode arrasar completamente a cidade e quem sabe o mundo.

O incrível é que a trama traz uma gama enorme de referências de filmes do herói como Superman O Filme, Homem de Aço e Batman v Superman e acontecimentos de seus próprios desenhos animados.

Porém quem conhece a história acaba reconhecendo alguns spoilers que demoram um certo tempo para ser revelados nos quadrinhos, como o astronauta Hank Hankshaw, que se torna o Superman Cyborg e sua história só é revelada muito mais para frente.

O vilão Lex Luthor era apresentado em sua versão clone nos quadrinhos, outra reviravolta que é citada como um easter egg onde Luthor foge para assistir um ballet e deixando a tornozeleira com um funcionário.

A luta final do vilão e o kryptoniano que termina de forma quase idêntica a Batman v Superman.

Outro capricho notado é em relação às cenas de ação claramente influenciadas por Dragon Ball e animes em geral que ficam bem evidentes em cada frame da trama.

Infelizmente segunda parte será lançada somente ano que vem e será interessante ver a apresentação das diversas versões do Superman em animações como Erradicador, Ciborgue e Aço na continuidade animada. Afinal, com exceção de Superboy Connor Kent, nenhum outro membro Super apareceu na telinha.

A DC acerta mais uma vez nesse nicho em que segue dominante e com seu novo serviço de streaming pode trazer ainda muito mais.

Por Marcio Jr

 


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Formado em design, amante de rock and heavy music, ávido consumidor de quadrinhos e cinéfilo.