Airsoft cresce e esporte simula combates reais e ganha cada vez mais adeptos no país

25 de novembro de 2021 0 Por Redação

No Brasil tudo que é relativo à defesa e proteção é bem complicado e requer longas aprovações dos governantes.

O Airsoft chegou ao Brasil em 2003 e somente em 2010 teve sua legalização completa e só assim podendo ter itens e equipamentos vendidos sem problemas no país.
A prática consiste em simulações de guerra reais, em cenários que rivalizam a qualquer base de treinamento de forças atuantes, ainda obrigando os participantes a trabalhar em equipe e interagir para que as missões sejam bem-sucedidas. No quesito do armamento o equipamento utilizado são réplicas mais que perfeitas dos utilizados por exércitos, políticas e forças-tarefas e com todas as funcionalidades onde as munições são doloridas bolinhas de plástico que viajam em altíssima velocidade e pressão.

Com a popularidade, os campos se espalharam por todo país atraindo adeptos que procuram uma maneira de extravasar e curtir a diversão dos confrontos e também aprender a dinâmica de uma situação estressante e verdadeira de um combate de fogo.
Para alguns, como é o caso do casal Eloirson Freitas e Jane Fernandes cuja paixão pelas partidas se transformou em negócio quando ambos criaram seu próprio centro de treinamento, hoje certamente um dos maiores da capital paulista, o Detroit.
Situado em Barueri, o local possui milhares de metros quadrados e possui imensos galpões, matas e até mesmo um rio passa no local fazendo o cenário perfeito para simulações de território variado.

“A ideia de montar o CT Detroit Airsoft Field veio do amor pelo Airsoft! E como saímos de uma sociedade, pensamos tocar o negócio apenas nós! Inicialmente nunca pensamos em ser o maior campo de SP, queríamos apenas ter o nosso! Então encontramos o nosso espaço e criamos o Detroit. O nome surgiu pensando em jogos de vídeogames, depois em cidades abandonadas! Veio o nome Detroit! Escolhido por ambos.”

Freitas e Jane por João Paulo Labeda

Com o intuito de elevar os níveis de desafio, Freitas muda constantemente as configurações das locações para que os praticantes sempre se sintam em um local completamente novo obrigando os competidores a alterar suas estratégias.
Quem conhece os jogos digitais, principalmente multiplayers, quão enriquecedor é ter diversas opções de mapa com apenas um clique e alguns downloads, no mundo real e principalmente no Detroit o trabalho é manual e requer muita gente envolvida para que essa mágica aconteça.

“A quantidade de participantes semanais no campo de batalha é bastante relevante com centenas de players.Hoje temos em média 350 pessoas jogando por semana entre treinamentos, games abertos e fechados. Conseguimos bater um recorde onde realizamos o maior game 4Fun (Jogo aberto livre para todas as modalidades do Airsoft) da América Latina no mês de setembro de 2021, conseguimos colocar 530 operadores de Airsoft jogando juntos. E já temos programado para Março de 2022 novamente este evento em comemoração ao 3º ano do Detroit, onde pretendemos colocar mais pessoas.”

Aos olhos dos especialistas esses combates são uma ótima alternativa para o cidadão que gostaria de aprender a se defender em primeiro momento sem todo o processo burocrático e complicado de se obter uma arma de verdade.
O sgto da Rota Silvio Oliveira, também autor do livro Boa Caçada, não só é adepto da prática como afirma que além de uma simples partida o airsoft é um ótimo condicionamento em vários níveis.

” É um fato que o airsoft se tornou não só um meio de diversão, mas também de treinamento mental, condicionamento físico, lógico, de diversão. Os “combates” são ultrarrealistas e fazem com que você exercite a disciplina, o foco e a sensação de perigo iminente.”

Sobre a quantidade de iniciantes que procuram os centros de treinamento como alternativa para cursos de tiro. Sem dúvida alguma! Infelizmente cursos de tiros, táticas e técnicas são caríssimos. Com o aumento dos custos dos insumos, as munições training se tornaram caras, isso sem mencionar os cartuchos de uso operacional. O airsoft oferece toda logística necessária, como as realísticas AEGs (airsoft eletric gun), com suas infinitas “munições” de bolinhas de polímero, um vasto campo de operações como fábricas e campos abertos, onde você opera em vários tipos de ambientes.”

Sgto Silvio Oliveira, autor do livro Boa Caçada.

Mas apesar de ser inofensivo o Airsoft necessita de equipamentos de segurança adequados, mesmo que básicos são itens obrigatórios para qualquer arena levando muitos a investir grande somas para se obter o que há de ponta no seguimento, além da criação suas próprias equipes, como é o caso de Allan Gabriel Rodrigues de Sá Almeida, 32, que teve contato com o esse universo oito anos atrás com armas de bolinhas de plástico simples e hoje possui um equipamento praticamente de um ranger americano.

“Comecei a correr atrás do airsoft há uns 8 anos, desde moleque já tive aquelas pistolas que atiravam bolinhas plásticas mas até aí nunca tinha ido atrás de maneira concreta.
Depois de um ano comprando alguns equipamentos, juntei os amigos e criamos o Deathstalker, e desde 2014 estamos aí na pegada tentando jogar e passar a mensagem de um Airsoft responsável e divertido.”

Sobre os valores, Allan diz que não existe um tanto mas o importante é a segurança dele e da equipe.

“Quando se fala sobre equipamentos, o céu é o limite, mas para quem procura iniciar hoje, é possível encontrar algumas aegs na casa de R$1.800
Algo que eu sempre recomendo é que primeiramente a pessoa invista em segurança, um bom óculos, uma máscara, depois disso vai brincando e comprando equipamentos para ficar badass,(risos).”

Allan Gabriel Rodrigues de Sá Almeida equipado para o evento.

Engana-se que os embates são restritos somente aos homens. Os centros de treinamento estão repletos de mulheres de todas as idades que lutam com a mesma energia dos homens. A operadora Cintia Audrey, 44, que encontrou a prática como uma forma de mudança de vida e acabou mergulhando de cabeça e se viu cercada de várias companheiras de treino.

“Eu cheguei ao Airsoft em um momento de renovação da vida mesmo. Tinha passado por alguns problemas e queria mudar meu caminho. Já no primeiro jogo percebi que as movimentações e a forma como nos colocamos em campo poderiam me trazer muitos benefícios tanto fisicamente porque em alguns jogos gastamos muita energia, quanto em relação à atenção com a minha defesa pessoal. O público feminino realmente tem ” invadido” os campos e já existem jogadoras muito preparadas e excelentes no esporte. Tanto no airsoft quanto no speedsoft.”

Além dos treinos simulados ela comenta que migrou para os alvos reais e criou uma verdadeira rotina participando e criando sua própria equipe.

“Hoje além de jogar eu treino tiro esportivo em arma de fogo. Algo que jamais imaginei praticar e sou apaixonada. Eu jogo a quase 2 anos e durante o período de pandemia e fechamento de alguns campos o volume de jogos oscilou bastante. Em média 2 jogos semanais e agora estou intensificando os treinamentos para missões e eventos para o próximo ano.
Também tenho uma equipe nova, a E.S.A.T Evo Sapien Airsoft Team e temos projetos já em andamento.”

Cintia Audrey em um dos centros de treinamento de airsoft.

Com as crises de segurança no país e também, e o elevado número de pessoas que buscam uma alternativa aos esportes convencionais e da moda, o Airsoft vem conquistando muito mais que territórios e bandeiras, mas uma fatia de mercado que alimenta uma grande gama de produtos e gera muitos empregos. Claro, dar uma boa dose de adrenalina!

Serviços:

Detroit Airsoft Field:
R. Interna Grupo Bandeirante, 300 – Jardim Belval, Barueri – SP, 06420-150
quartas e quintas: 18:00 às 23:00
sábados e domingos: 9:00 às 16:00
facebook : Detroit Airsoft Field
instagram: @detroit_airsoft_field